Durante o mês de abril, a cor azul ilumina a fachada e o jardim da Câmara Municipal de Matão. Mas essa cor, mais do que um símbolo, é um convite à reflexão sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ao compromisso com o respeito, o cuidado e a inclusão de todas as pessoas que convivem com essa condição.
É essencial que todos compreendam: o autismo não é uma doença. Não há cura para o que não é enfermidade — e tampouco deve haver tentativa de “normalização”. O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por diferenças na comunicação, no comportamento e nas interações sociais. Essas diferenças não tornam ninguém inferior, menos capaz ou indigno de participação plena na sociedade. Pelo contrário: pessoas com autismo têm potencialidades únicas, talentos específicos e formas ricas e legítimas de se expressar.
Infelizmente, ainda há muito preconceito, desconhecimento e estigmatização. É por isso que o Abril Azul se torna tão necessário: para promover informação verdadeira, empatia e políticas públicas sérias. Precisamos construir um ambiente social onde o diferente não seja excluído, mas compreendido e acolhido.
A Câmara Municipal de Matão tem buscado fazer sua parte. Ao longo dos últimos anos, aprovamos diversas leis voltadas ao bem-estar das pessoas com TEA, garantindo acesso a direitos, promovendo atenção específica e incentivando a estruturação de uma rede de cuidados que envolva saúde, educação, assistência social e inclusão profissional.
Entre as ações de maior impacto está a implantação do CATEAMA – Centro de Atendimento aos Portadores de TEA, fruto de um convênio firmado com a APAE de Matão, instituição que merece todos os elogios por sua atuação sensível, ética e comprometida. O trabalho da APAE com crianças e adolescentes com TEA é exemplar — e o sucesso do CATEAMA revela a importância da sua ampliação urgente, para que nenhuma família fique sem atendimento.
Aproveito este espaço também para prestar minha homenagem às mães, pais, avós, irmãos, tutores e cuidadores. A luta de vocês é diária, silenciosa e muitas vezes solitária — mas absolutamente essencial. Vocês são inspiração de amor, paciência e perseverança. Que nunca falte a vocês o apoio da sociedade e do poder público.
Por fim, deixo uma mensagem a cada matonense: inclua, respeite, acolha. O autismo não limita a pessoa — o que limita são os muros que o preconceito insiste em manter. É nossa missão, enquanto legisladores e cidadãos, derrubar esses muros e criar pontes de dignidade, de escuta e de oportunidades.
Incluir não é apenas garantir o acesso — é reconhecer a dignidade, a beleza e o valor de cada vida.
Que o Abril Azul nos inspire a enxergar com mais humanidade e legislar com mais sensibilidade.
Fonte: Paulo Bernardi – Presidente da Câmara Municipal de Matão